"Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino" (Paulo Freire).
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Jogo, Interação e Linguagem

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Brincadeira "Telefone Sem Fio"

Fernanda da Silva
Regiane Norberta Souza Espindola


Desenvolvimento:

Para desenvolver essa brincadeira serão necessárias, pelo menos, cinco pessoas, porém, quanto mais pessoas mais engraçado a brincadeira fica. Sentados em linha reta ou em círculo, a primeira pessoa inventa secretamente uma palavra e fala, sem que ninguém mais ouça o que ela está falando, nos ouvidos do próximo (à direita ou à esquerda). Assim, o próximo fala para o próximo e assim por diante até chegar ao último. Quando a corrente chegar ao último esse deve falar o que ouviu em voz alta. Geralmente o resultado é desastroso e engraçado, a palavra se deforma ao passar de pessoa para pessoa e geralmente chega totalmente diferente no destino.

Variações:
O cúmulo pode ser dividido em duas equipes, e competir para ver qual grupo chega ao final com a palavra mais fiel a original.

Justificativa:

“O brincar com a criança não é perder tempo, é ganhá-lo; se é triste ver meninos sem escola, mais triste ainda é vê-los enfileirados em salas sem ar, com atividades estéreis sem importância alguma para a formação humana.” DRUMMOND (quem é)

Com o objetivo de desenvolver uma brincadeira que utilize poucos materiais e que possa ser proposta em diferentes espaços e situações, escolhemos a brincadeira “Telefone sem fio” que, mesmo sendo bem conhecida e bastante utilizada, ainda conquista e envolve as crianças.
De acordo com o RCNEI:

As brincadeiras de faz-de-conta, os jogos de construção e aqueles que possuem regras, como os jogos de sociedade (também chamados de jogos de tabuleiro), jogos tradicionais, didáticos, corporais etc., propiciam a ampliação dos conhecimentos infantis por meio da atividade lúdica.


Dessa forma podemos dizer que a brincadeira tem relação direta com a aprendizagem, ou seja, é através dos jogos e brincadeiras que a criança desenvolve o seu raciocínio e conduz o seu conhecimento de forma descontraída e espontânea, a brincadeira deixa de ser considerada apenas como uma forma de divertimento, e torna-se um dos meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual infantil.

Dias (2002), em sua análise sobre a importância dos jogos na alfabetização, constatou que: é por meio dos jogos e da conseqüente apropriação e interpretação dos materiais lingüísticos disponíveis que a criança vai tecendo a compreensão do seu mundo para, gradualmente ampliar essa compreensão para um amplo leque social.

Já Cagliari (1999, p.85) afirma que “quando vão aprender a ler e escrever as crianças tem como única referência de conhecimento já adquirido, a própria fala”, ou seja, esse conhecimento prévio contribui no aprendizado da língua e escrita.

Consideramos necessário salientar que segundo Lino de Macedo apud Bertoldi (2003), “as aquisições relativas a novos conhecimentos e conteúdos escolares não estão nos jogos em si, mas dependem das intervenções realizadas pelo professor que conduz e coordena as atividades”.



Referências Bibliográficas



BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil / Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. — Brasília: MEC/SEF, 1998.

BERTOLDI, M. A escolha dos jogos definida pelas dificuldades específicas de cada criança. Curitiba: 2003.

CAGLIARI, L.C. Alfabetização sem o Ba-Be-Bi-Bo-Bu. São Paulo: Scipione: 1999.

DIAS, C. M. A importância dos jogos na alfabetização. USP/PEC - Trabalho de conclusão de curso, Suzano: 2002.

FRANÇA, G. W. Tia me deixa brincar: o espaço do jogo na educação pré-escolar. 1990 Dissertação (mestrado em pedagogia) – Setor de Educação da Unoversidade, São Paulo, SP: mimeo 1990.

FREITAS, Maria Teresa de A. Vygotsky e Bakhtin Psicologia e Educação: um intertexto. SãoPaulo: Ática, 1996.

GALUCH, Maria Terezinha Bellanda. O Brinquedo e a Formação do Pensamento. Criança, Brasília, DF, 26, p. 6-8, 1998.

KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 1997.

24 comentários:

Anônimo disse...

Meninas,

Na brincadeira de Telefone Sem Fio sempre é feita em linha reta. Mas achei muito interessante brincar em roda, assim conseguimos ver as expressões, os risos das participantes e ficar esperando pela nossa vez de tentar entender a mensagem que está chegando!

Obrigadinha para a dupla

Kisses

Ana Sarah Ribeiro

Ingrid Sell Koerich disse...

Como foi dito pelas meninas, segundo Cagliari: “quando vão aprender a ler e escrever as crianças tem como única referência de conhecimento já adquirido, a própria fala”, por esse motivo brincadeiras que fazem uso especifico da fala são fundamentes na educação infantil, pois possibilitam a criança reconhecer a principal forma de comunicação, a fala, de uma maneira divertida.
Brincar de "telefone sem fio" muitas vezes passou por mim como uma coisa boba, onde ninguém se divertia, pois todos tinham que ficar sentados, passando uma mensagem que muitas vezes não chega inteira a o último participante. No entanto, da maneira que fizemos, onde o envolvimento de todos gerava gargalhadas, principalmente por causa das frases, foi muito divertido, pois cada um se dedicou a passar a frase, respeitando as regras (não podia repetir), e a cada momento uma coisa diferente aparecia.
Adorei a brincadeira...e percebo que diferente da fofoca, onde cada um que conta aumenta um ponto, no telefone sem fio, cada um que passa 'esquece' a metade do que o outro falou.
Ri muito durante esta brincadeira, foi muito bom olhar para ela com novos olhos, pensando em como a crianças pode se comunicar de forma mais lúdica.
Acho que é isso.
Adorei mesmo...

Anônimo disse...

Sandra Bernardo

Já fiz inúmeras vezes esta brincadeira e é sempre bem divertida. Quanto mais pessoas mais divertido se torna o jogo pois a graça está no resultado que costuma ser totalmente diferente. Parece-me também uma ideia para ser usado aquando da aprendizagem da linguagem escrita pois permite que as crianças se apercebam da transformação das palavras.

Unknown disse...

Achei esta brincadeira muito legal, pois foi muito divertido ver com mudamos as palavras por alguns sons escutados ou palavras que nem lembravamos mais quais eram. O mais divertido era a expectativa de chegar a palavra na gente, viamos as pessoas rindo e quando chegava em nós era algo que já não tinha mais graça, mas mesmo assim era engraçado porque descobriamos que a frase tinha mudado.

Anônimo disse...

Maria Dal Prá disse.

Nossa! brincar de telefone sem fio me fez lembrar os tempos da escola das séries iniciais, porém nunca tinha brincado com trava linguas, foi muito divertido, no final ficávamos só observando,para ouvir o que chegaria e tivemos o momento em que chegou somente uma palavra. Como podemos ver é uma brincadeira que pode ser feita em qualquer lugar, o grupo em que pode ser aplicada, basta que já saiba falar,gostei muito. Parabéns a dupla Regiane e Fernanda.

Juh disse...

A brincadeira de telefone sem fio foi uma das que mais gostei de brincar, desde a expectativa de chegar em mim, de saber se irei entender direito, até ver as ilárias expressões das pessoas (fato esse que só foi possível porque estávamos em roda, acredito que foi muito mais divertido do que brincar como de costume, em linha reta).
Quero destacar a ótima idéia das meninas de trazer trava línguas, pois assim a brincadeira se tornou mais dificil, adequando a idade da turma e consequentemente, mais interessante. Trocar as pessoas em que a frase começa também foi legal, pois no começo, quando chegava em mim já tinha perdido o sentido e virado apenas uma palavra, mas qndo começava perto da mim, eu já tinha uma frase bem maior, e podia passar para as outras. Adorei a brincadeira, parabéns as meninas!

Mônica no Chile disse...

Também não estive presente nesta brincadeira, mas não poderia deixar de comentá-la...
Era uma das brincadeiras que eu mais gostava, eu ficava muito curiosa para saber o seria dito, que frase seria essa? Seria algo feio? Ou algo assistador? Será que chegaria em mim uma versão totalmente adulterada da inicial? E isso dava muita emoção a brincadeira, que era uma das minhas preferidas...Imagino o quando, provavelmente, foi divertido para vcs turma!

Léo e Ju disse...

É incrível como aparecem em nossas propostas algumas das brincadeiras mais tradicionais! Essa é um exemplo de uma brincadeira que é feita há muitos anos por várias gerações e que mesmo tendo esse caráter de tradicional não "sai de moda" e sua prática é muito divertida, mesmo entre adultas. O mais legal de "telefone sem fio" é perceber como as mensagens são modificadas à medida em que vai sendo passada o que demonstra ao mesmo tempo falhas de nossa memória e atenção, mas também a possibilidade da expressão da criatividade dos participantes.
Juliane

Unknown disse...

“Quanto mais oportunidades a criança tiver para desfrutar a riqueza e a liberdade de fantasia da brincadeira em todas as suas formas, mais solidamente seu desenvolvimento se processará”.
Bettelheim (1989, p.202),

Adorei relembrar os tempos de infância, brincando novamente de “telefone sem fio”, afinal quem nunca brincou dessa brincadeira na escola? Sendo essa uma brncadeira onde todo o grupo participa, socializando uma frase, um versinho, uma palavra que seja. Posibilitando desenvolver suas habilidades cognitivas, seu potencial de relfexão e de construção de conhecimento. Desenvolver esse tipo de brincadeira possibilita a interação do grupo como um todo, como relatei na sala, em minha experiência pude perceber que ao fazer essa brincadeira as crianças por quererem saber qual será o resultado final, colaboram e interagem entre si.

Referência Bibliográfica:
BETTELHEIM, B. Uma vida para seu filho. 26.ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989.

Unknown disse...

Essa brincadeira exigiu muito de nós, enquanto adultas curiosas, pois queríamos saber o que estava acontecendo e o que estava sendo falado antes das frases chegarem até nós. Se isso aconteceu com adultas, podemos imaginar com as crianças, que em alguns casos, são mais agitadas e curiosas.Assim essa brincadeira exige muito delas também, sua concentração e descrição, mas é um bom exercício de cumplicidade entre os colegas, por ser um segredo e também por gerar a aproximação entre as crianças. Não que isso seja a intenção do Professor, mas ocorre de maneira sutil e natural.
Não sei se utilizaria essa brincadeira em uma turma de Educação Infantil, mas para as Séries Iniciais é uma boa opção de interação e descontração entre as crianças.
Que pode ou não ter algum objetivo/ intencionalidade do Professor.

Gabriela de Amorim disse...

Essa brincadeira também fazia parte da minha infância...
Encontrei um poema que achei legal e que pode também contribuir para nossa reflexão sobre essa proposta:

TELEFONE SEM FIO

Telefone sem fio,
Mensagem nova a cada canal,
Ninguém sabe a mensagem principal,
E nem se imagina o final,

Em versos reflito sobre a história,
E estórias que o povo conta,
Sabedoria existe, e muita cultura também
E o grande lance é a mudança da mensagem,

Não é ruim pois o rio sempre desemboca no mar,
Mas não se imagina qual o principio de tudo,
Se o criador da mensagem se cala, ou apenas permite,
Certamente a coisa mudará o foco e o sentido,

Homens são seres pensantes,
Criativos e divinos,
Sim! À imagem do criador,

Mensagens andam, correm e nadam na imaginação,
O povo pensa, cria e conduz,
Induz e produz algo mais,
De acordo com vontade e intenções de seus visionários,

Assim segue a humanidade,
De tradição e culturas, Crenças e ritos,
Pensamentos e devaneios, atos e desacatos,

Escreve-se a história de um inicio,
Que ninguém conhece mais,
E de um fim que ninguém pode imaginar.
Mas no final o primeiro voltará e dirá:

Vocês não entenderam nada!

Fonte: http://ademirjuniorjazz.blogspot.com/2008/10/telefone-sem-fio.html

Unknown disse...

Já conhecia essa brincadeira, acho-a muito divertida. Falar baixinho no ouvido de um colega gera uma curiosidade pelos os outros participantes e isso faz com que todos fiquem esperando o que vai ser dito no final. Acredito que o mais legal da brincadeira é a frase inicial ser modificada, pois a mudança fica engraçada ao ser comparada com frase inicial. Penso também que essa brincadeira pode ser realizada em diversas idades desde que as crianças já saibam falar, assim além da educação infantil pode-se ampliá-la para as séries iniciais do ensino fundamental.

Jacqueline R. Rodrigues disse...

Adorei brincar de telefone sem fio, pois além de dar boas (ótimas) risadas, pude perceber o quanto a atenção, concentração e a memorização precisam estar em movimento neste momento.
Foi muito divertido perceber o envollvimento do grupo nessa brincadeira, visto que todas demonstraram empenho para atingir o objetivo da proposta: passar a mensagem para o amigo do lado sem modificar o seu percurso inicial. Sei que esse é o ideal da brincadeira, mas, o melhor mesmo é que essa mensagem chegue completamente distorcida no último integrante.
A curiosidade também ficou muito aguçada nessa brincadeira, pois ao ver as expressões das outras colegas aumentava ainda mais a expectativa para saber o que uma estava falando à outra.
Assim como a Raquel mencionou, essa brincadeira pode ser realiaza com crianças (e adultos) de qualquer idade, basta apenas que se leve em consideração a especificidade do grupo para fazer as adaptações necessárias.
MUITO LEGAL, ADOREI!!!!

Camille Escorsim disse...

Por não precisar de nenhum material, esta brincadeira pode ser facilmente realizável em qualquer instituição de Educação Infantil. É uma brincadeira que proporciona a participação efetiva de todos os integrantes, exige o uso da imaginação e da memória e causa bastante curiosidade, além de trabalhar bastante a oralidade. Eu, particularmente, ficava bem curiosa para saber qual era a mensagem que tinha sido passada inicialmente. O legal desta brincadeira é quando a mensagem sai bem difernte do que era no início, pois isso causa muitas risadas fazendo esta brincadeira se tornar bastante engraçada. Por tudo isso, imagino que esta brincadeira cause muito sucesso entre as crianças.

Aline Silva disse...

A brincadeira foi de fato muito engraçada. A atenção, era algo exigido por nós, bem como a concentração e a memorização,para ficar atenta a palavra que estava por chegar, nos concentrar e poder memorizá-la para repassar com segurança, caso contrário, uma palavra totalmente fora do contexto poderia aparecer no final da brincadeira.
Essa é uma das brincadeiras, que brinquei muito na minha infância e que continuei brincando com as crianças na Educação Infantil.Além disso, podemos ter a atenção de perceber as palavras que fazem parte repertório cultural das crianças,quando sugeridas por elas.

Jussara Araujo disse...

Esta brincadeira lembra o ditado: Quem conta um conto aumenta um ponto. É mais ou menos assim, Uma frase dita de ouvido em ouvido que no final ela aparece completamente diferente, aumentada, ou não. A brincadeira como já foi dita pelo slide é criativa, inventiva, socializadora e muito mais. Adorei brincar de Telefone sem fio.

Turma 7308A disse...

Adorava brincar de telefone sem fio com meus amigos de infância, é uma brincadeira muito prazerosa e divertida. Essa brincadeira nos remete a pensar o quanto estamos “presos a realidade”, ou seja, no momento que brincava e a frase chegava na minha vez, mesmo escutando apenas uma palavra, transmitia somente esta a minha colega do lado, pois não pensava em imaginar e fomentar uma continuidade, estando de certa forma “presa” a palavra que escutei. Deve-se se ressaltar que o fato de não imaginar e criar uma continuidade possa estar ligado às regras da brincadeira, e de nossa limitação às imposições determinadas, não encontrando subterfúgios para auxiliar nossa consciência a repensar alternativas. Essa questão me fez refletir sobre as regras na brincadeira, e a dificuldade de se contrapor as determinações estabelecidas, pois as brincadeiras são desenvolvidas no âmbito das relações sociais, sendo perpassadas por valores e imposições sociais, sendo presumidamente representações das relações entre os seres, por isto as regras de uma brincadeira pressupõem valores e limitações que nos fazem ponderar, refletir e reproduzir certos comportamentos, sendo de certa forma um bem ou mal necessário para o desenvolvimento da brincadeira, porém as regras não são imutáveis por isso a necessidade de discussão e problematização, para assim pensarmos novos acordos e nos “livrarmos das amarras” que nos prendem somente a realidade. Grayce Helena Inácio.

Anônimo disse...

Relembra é viver!!!Que brincadeira fantástica!!!Em vários momentos lembrei de como eu brincava e me divertia com telefone sem fio. Risadas e mais risadas ao final ouvindo as pérolas que saiam no final de cada rodada. Com qualquer idade e em qualquer lugar podemos brincar de telefone sem fio.

Jaqueline de Freitas disse...

Fazia muito tempo que eu não brincava, gostei muito. Essa brincadeira é bem engraçada quando se usam frases engraçadas. Eu nunca fui boa em inventar frases então ficava sempre repassando as mensagens. Alguns professores meus usavam essa brincadeira com moral, dizendo que a fofoca não leva a nada ou que de boca em boca a noticia já virou outra coisa. Bom eu como professora pretendo brincar só por brincar mesmo. Essa brincadeira é legal porque não precisa de material é fácil de organizar e não tem faixa etária qualquer um pode brincar. Eu gostei bastante da idéia dos travas línguas, pra nós não deu muito certo porque nós já conhecíamos, mas as crianças pequenas pouco conhecem, então da pra brincar a vontade.

Turma 7308A disse...

Telefone sem fio é muito divertido de brincar. A proposta me fez lembrar que adorava essa brincadeira na época de escola, e agora não foi diferente. A curiosidade ao ver as colegas rindo e ansiedade para ouvir o que foi falado é grande. Mas na maioria das vezes o mais engraçado é no final perceber que o que foi dito no início chegou totalmente diferente para a última pessoa.
Adorei Meninas.

Vanessa.

JessicA disse...

Foi ótimo brincar de telefone sem fio... acho que as fotografias de nossas brincadeiras estão sendo fundamentais, pois ilustram nossas expressões, sempre muito espontâneas e acabam traduzindo o que passamos aqui...
eu só conhecia telefone sem fio em roda mesmo, diferente da Ana, mas as variações, como já vimos, só enriquecem as possibilidades de se brincar, além de contemplar um aspecto muito importante das brincadeiras, que é a regionalidade que muitas vezes (quase sempre) define suas regras e modos de brincar.
Falar baixinho no ouvido de alguém, ainda mais uma palavra que às vezes, compreendemos parcialmente, foi constrangedor em alguns momentos... isso, devido a relação que temos com nosso corpo e com o corpo do outro, a distância costuma estar presente em nossas relações.
Essa brincadeira ganha pontos também por não precisarmos de nenhum material específico, e a idade, também não é definida, o que a torna muito dinâmica, podendo comtemplar um grupo variado de crianças...

Foi muito divertido... parabéns ao grupo!

Unknown disse...

Gostei muito de brincar de telefone sem fio com a nossa turma, pois todas estavam super atentas e envolvidas e foi bastante divertido também. Adorei a proposta da variação de brincarmos em roda, pois, como algumas meninas já disseram, isso possibilita criar uma interação única através de olhar nos olhos, perceber gestos e expressões faciais nessa outra interface da linguagem (eu diria uma linguagem criativa, curiosa e envolvente, com a magia do "segredo"). Também gostei muito do vídeo com slides, acho que as fotografias traduzem bastante este momento tão enriquecedor para a turma enquanto grupo.
Em uma pesquisa para um trabalho de outra disciplina, encontrei algo que me chamou bastante a atenção, de um sociológo chamado Jean Pierre Vernant (o livro se chama "Entre Mito e Política", São Paulo: EdUSP, 2002), que têm pesquisas na área da religião e da mitologia grega clássica. Ele escreve sobre amizade, mas penso que cabe aqui, pois o que estamos nos propondo a construir com este tipo de interação entre as pessoas é, principalmente, o sentido de pertencimento à um grupo social.

"Existe em grego uma espécie de sentença, um ditado que expressa um consenso: entre amigos, tudo é comum. (...) No espaço privado em que desenham os amigos, tudo é repartido entre iguais, tudo é comum. (...) Com efeito, a igualdade é fundamental na amizade. Quando se é amigo, mesmo se existir discordância ou rivalidade, é-se igual. (...) A philia consiste em tornar um grupo homogêneo, em unificá-lo. (...) Somos seres humanos e cada um de nós molda sua própria identidade com outros e com o outro, mas não com qualquer outro. É nesse ponto que aparece a amizade. É preciso construir afinidades com esse outro com o qual vamos nos defrontar e que vai nos fazer refletir sobre nós (...) e construir a nós mesmos [neste processo], procurando reunir aquilo que foge por todos os lados... e a solidez é fruto de um tecer a partir de elementos separados, heterogêneos. A amizade se tece, mas não teria essa intensidade sem a possibilidade da fratura (...) e sem a possibilidade de reatar os fios de seu próprio tecido."

Maricota de Chita disse...

Eu também gostei muito de brincar de telefone sem fio... "um ninho de magafagafos" chegou em mim como "o machado" ou algo assim, entre outras pérolas...
Acho importante lembrar aqui das ideias que tornariam essa brincadeira (que é principalmente auditiva) acessível também para deficientes auditivos: fazer um círculo onde cada pessoa olha para as costas da pessoa à sua frente e escreve com o dedo as letras da palavra, sem poder repetí-las (a audição é substituida pelo tato); ou um círculo em que as pessoas fazem a palavra em LIBRAS, de frente para a outra, e vão passando (os outros participantes devem estar de costas - a audição é substituiída pela visão).

Quanto ao post das meninas, achei bem legal que elas trouxeram outras referências em relação à brincadeira, ao brincar, ao jogo. Quero propor uma referência que li um dia desses e lembrei do nosso blog. É de um artigo de Gilka Girardello:

"A história contada tem uma clara dimensão de jogo. Conhecemos racionalmente
os motivos pelos quais estimulamos a brincadeira das crianças e brincamos nós mesmas
com elas; durante a brincadeira, porém, o presente do sentimento lúdico predomina. A
engenhosidade, a risada, os desafios físicos e cognitivos e a alegria de sua superação, a
fruição da rede de relações políticas e afetivas com os parceiros de jogo - o valor de
tudo isso independe da consciência que se tenha das aquisições a que nos levará e do
saldo produtivo que disso restará. A essência da brincadeira opõe-se à lógica
produtivista, mesmo nas situações em nossa sociedade em que parece ter sido por ela
incorporada, em pacotes de lazer tão previsíveis como bandejas de fast-food. O mesmo
se dá na narração de histórias"

(Voz, presença, imaginação: a narração de histórias e as crianças pequenas; artigo disponível em http://www.botucatu.sp.gov.br/Eventos/2007/contHistorias/artigos/aNarracao.pdfdisponível,acesso em 05 de julho de 2010)

Unknown disse...

Simplesmente adoro essa brincadeira. Além de recordar de minha infância, posso percebê-la com outros olhos, por meio do que aprendi durante o curso e também de minhas vivências. Além de trabalhar a concentração, a memória, oralidade e a audição, assinalados pela aulnas que fizeram a reflexão, trabalha um importante elemento, a criativade, pois ao ouvir do colega e ter que passar em frente a mensagem, muitas vezes não ficou claro e a criança utiliza de sua criatividade, assim como nós fizemos no dia do jogo, para dar continuidade à brincadeira. É uma brincadeira extremanente tradicional,mas que mecere seu lugar no espaço infantil. Todos se divertiram com a proposta realizada em círculo, ao invés de ser uma reta, como normalmente acontece.

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