"Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino" (Paulo Freire).
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Jogo, Interação e Linguagem

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Dança das Almofadas

Acadêmicas: Kamila Cristina Kremer

Samanta Soler

Faixa etária: não determinada

Objetivos:
- Desenvolver noções espaciais;
- Brincar com a música;
- Desenvolver a interação entre as crianças;
- Aprimorar a coordenação motora ampla.

Materiais:
- Aparelho de som, CDs com músicas animadas e almofadas (uma a menos que o número de alunos na turma).

Desenvolvimento:
- Escolha um local amplo para executar a atividade.
- Antes de iniciar a brincadeira, posicione as almofadas de maneira alinhada, uma ao lado da outra formando um círculo.
- Coloque a música e peça às crianças que andem ao redor das almofadas. Quando você interromper a música, elas devem sentar-se sobre elas. Quem ficar sem lugar, deve sentar-se com outra criança compartilhando a mesma almofada.

Atenção: Esse não é um jogo competitivo. Ninguém sai ninguém perde e todos se divertem!

Variação: Dança da cadeira; aonde vai sendo retirada uma cadeira de cada vez e assim que a cadeira é retirada o participante que não sentar em uma delas deve se retirar da brincadeira restando apenas um vencedor.

Justificativa Teórica
:
Entendemos que a brincadeira está relacionada às interações e linguagens da criança e seus processos gerais de desenvolvimento e aprendizagens. Para Vygotsky (1991, p.114) a brincadeira “cria na criança uma nova forma de desejos. Ensina-a a desejar, relacionando seus desejos a um 'eu' fictício, ao seu papel no jogo e suas regras. Dessa maneira as maiores aquisições de uma criança são adquiridas no brinquedo, aquisições, que no futuro tornar-se-ão seu nível básico de ação real e moralidade”.

Sendo assim, a brincadeira é uma situação privilegiada da educação infantil. Ao brincar o desenvolvimento infantil pode alcançar níveis mais complexos através das possibilidades de interação entre os pares de uma situação imaginária e pela negociação da coexistência e de conteúdos temáticos. A partir das brincadeiras as crianças, assumem papéis a serem representados, atribuem significados diferentes a objetos, transformando-os em brinquedos, problematizam, pensam e sentem sobre seu mundo e ao mundo dos adultos.

Em relação à brincadeira escolhida (a dança das almofadas) o objeto analisado (almofada) ganha um valor simbólico distinto a sua função passando a ser um brinquedo em potencial para as crianças. Conforme Brougére (1995, p.13) o que caracteriza a brincadeira é que ela pode fabricar seus objetos, em especial, desviando de seu uso habitual os objetos que cercam a criança.

O objetivo dessa brincadeira é a cooperação, portanto, para que isso aconteça à criança precisa se sentir pertencente ao grupo. Dessa forma a criança tem um lugar definido diferentemente das brincadeiras individuais e ao processo de se juntar a um grupo. Supondo Kishimoto (1999, p.26), “as crianças estão dispostas a ensaiar novas combinações de idéias e de comportamentos”.

A nosso ver essa brincadeira é importante, pois ela prioriza a interação, a solidariedade, generosidade e não a competição exacerbada passada por algumas brincadeiras. Como traz Vygotsky (1991, p.112) “O ato de brincar é muito importante para o desenvolvimento integral da criança. As crianças se relacionam de várias formas com significados e valores inscritos nos brinquedos. Pois, nas brincadeiras, as crianças ressignificam o que vivem e sentem”.

Esse processo de desenvolvimento integral da criança se dá através das linguagens, interação e o lúdico. De acordo com Rocha (2000, p.69) são “Os processos gerais de constituição da criança: a expressão, o afeto, a sexualidade, a socialização, o brincar, a linguagem, o movimento, a fantasia, o imaginário,... as suas cem linguagens”.



Referência Bibliográfica:

BROUGÈRE, Gilles. A criança e a cultura lúdica. In: Revista da Faculdade de Educação, vol.24 n.2 São Paulo July/Dec. 1998.

KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo e a educação infantil. In: Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 3. ed. São Paulo: Cortez, 1999, p.13-43.

ROCHA, Eloísa A. Candal. A pedagogia e a Educação Infantil. In: Revista Ibero Americana de Educação. n.22, Janeiro/Abril 2000. p.61-74.

VYGOTSKY, Lev Semyonovich. O papel do brinquedo no desenvolvimento. In: A Formação Social da Mente. São Paulo, Martins Fontes, 1991, p. 112, 114.