"Sem a curiosidade que me move, que me inquieta, que me insere na busca, não aprendo nem ensino" (Paulo Freire).
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Jogo, Interação e Linguagem

terça-feira, 4 de maio de 2010

Reflexão sobre a proposta de Mímica

Acadêmicas: Gabriela de Amorim

Ingrid Sell Koerich



O jogo realizado foi apreciado pelo grupo e proporcionou um momento de descontração, onde algumas colegas conseguiram superar a vergonha e participar da proposta, ajudando inclusive o grupo a acumular pontos, que era um dos objetivos da brincadeira. Acreditamos que esta brincadeira poderá proporcionar as crianças momentos de concentração (ao tentar adivinhar o que o colega esta fazendo) e pensamento rápido (por parte do 'mimico' que deverá saber como passará a mensagem ao grupo e por parte dos participantes que devem se esforçar para adivinhar a mímica).


Para o sucesso da proposta, os participantes devem estar abertos a novas descobertas e a encontrar novas formas de se relacionar com os outros, inclusive porque a mímica é uma excelente forma de fortalecer o imaginário, pois os participantes terão que relacionar o que conhecem com os gestos e 'trejeitos', para que então os outros possam passar a conhecer e entender o que esta querendo ser transmitido. A proposta favorece a imaginação do grupo (de quem imita e de quem tenta imaginar), pois como afirma Leontiev (ao falar do brinquedo) “não é a imaginação que determina a ação, mas as condições da ação que tornam necessária a imaginação e dão origem a ela” (2001, p. 127). Enquanto outro autor, Vygotsky (1991, p.108), propõe que pensemos uma indissociação entre imaginação e regras, “não as regras previamente formuladas e que mudam durante o jogo, mas aquelas que têm sua origem na própria situação imaginária”.


Achamos interessante a proposta do grupo de estabelecer os temas juntamente com as crianças (embora isso não tenha sido feito em nosso grupo), com coisas, personagens, bichos, que elas conhecem ou que pelo menos tenham alguma idéia de como reproduzir. Sobre o acúmulo pontos, acreditamos que seja uma questão particular, que conforme os debates realizados nas propostas anteriores diversas são as posições. O que achamos que merece ser destacado é que esta pontuação pode ser realizada de modo discreto, para que as crianças percebam que o mais importante é brincar.


No dia seguinte a aula, Ingrid reproduziu a brincadeira com suas crianças e o grupo estipulou as categorias de animais e filmes. A experiência proporcionou ao grupo um momento prazeroso, afinal todos estavam interessados e concentrados na adivinhação. E como aprendizado prático (com o grupo em especial) a brincadeira não deve se estender por muito tempo, seguindo até o momento em que o grupo se mostre interessado.


A brincadeira proposta é muito rica, e acreditamos que ela estaria nos grupos que Kishimoto (1999, p.38-39) considera como “Brincadeiras tradicionais infantis” e “Brincadeiras de faz-de-conta”. Como se trata de uma proposta que é facilmente aceita em grupos de diferentes idades, acreditamos que cada grupo poderá optar por categorias distintas de representação, justamente pela diversidade da “cultura lúdica” que para Brougère (1998) é “um conjunto de procedimentos que permitem tornar o jogo possível” e mais que isso, o autor nos explicita que essa cultura se diversifica “conforme o meio social, a cidade e mais ainda o sexo [e idade] da criança”.


Para finalizar, gostaríamos de destacar duas possibilidades através desta brincadeira: uma é percebermos o que Brougère (2001, p. 53) aponta como “a influência direta da televisão nas brincadeiras infantis” e a outra é como professoras estarmos atentas as cem linguagens das crianças, expressão trazida pela experiência de Regio Emília e utilizada por Rocha (2000) para pensar uma pedagogia da Educação Infantil.

Sites sobre a brincadeira proposta:

Depois da aula

Kiagito

MÍMICA - Manual de Brincadeiras da Mônica

Vamos brincar de mímica?

Zero-a-seis


Obs: Clique em cima do nome para abrir o link.

Referências Bibliográficas:


BROUGÈRE, Gilles. A criança e a cultura lúdica. In: Revista da Faculdade de Educação, vol.24 n.2 São Paulo July/Dec. 1998.

______. Brinquedo e Cultura. São Paulo: Cortez, 2001.

KISHIMOTO, Tizuco. O Jogo e a Educação Infantil. In: Jogo, brinquedo, brincadeira e educação. São Paulo: Cortez, 1996. p.13-43.

LEONTIEV, Alexis N. Os princípios psicológicos da brincadeira pré-escolar. In: VIGOTSKY, L. S.; LURIA, Alexander R.; LEONTIEV, Alexis N. Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem. São Paulo: Ícone, 2001. p.119-142.

ROCHA, Eloísa A. Candal. A pedagogia e a Educação Infantil. In: Revista Ibero Americana de Educação. n.22, Janeiro/Abril 2000. p.61-74.

VYGOTSKY, Lev Semyonovich. O papel do brinquedo no desenvolvimento. In: A Formação Social da Mente. São Paulo: Martins Fontes, 1991. p.105-118.

Um comentário:

Anônimo disse...

Brincadeira de Mímica,

Nos divertimos muito com essa brincadeira de Mímica, percebi que estou enferrujada e tenho que brincar mais. Com as crianças esta brincadeira funciona com sucesso pois elas não ficam com vergonha de representar na frente dos amigos e sempres se divertem muito.
Obrigada ao grupo
Kisses
Ana Sarah

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