Acadêmicas: Gabriela de Amorim e Ingrid Sell Koerick
Idade: a partir de 4
Atividades a serem realidades antes de propor esta atividade: contação de histórias (pelo professor e estimular posteriormente que as crianças também contem histórias)
Tempo aproximado: 20 minutos
Material utilizado: cadeiras ou tapetes suficientes para cada jogador.
Descrição - Viva os Noivos: Neste jogo deve-se ficar atento para a história que esta sendo contada para saber o momento certo de trocar de lugar (ALULUÉ, 1998, p.85).
Primeiramente deve ser feito um grande círculo com as cadeiras ou tapetes. “Todos os jogadores ficam sentados, menos um que se coloca no centro” da roda e será o narrador da história.
“O narrador atribui a cada jogador, inclusive a si próprio, o papel de convidado para uma festa” de casamento (noivos, amigo, testemunhas, etc.), “tendo o cuidado para que haja, no mínimo, dois de cada tipo”.
“Uma vez atribuídos os papéis, o narrador começa a contar a história de uma festa imaginária. Cada vez que citar um tipo de convidado, os jogadores que representam esse personagem devem trocar rapidamente de lugar, pois o narrador tentará sentar-se em um dos que ficarem livres.
Se durante o relato o narrador diz ‘viva os noivos’, todos devem levantar-se de suas cadeiras, correr para o centro do círculo e dar um salto enquanto gritam ‘viva’, para logo voltar correndo, a ocupar uma cadeira” ou tapete.
“O jogador que ficar de pé deverá prosseguir a história. Se os jogadores forem muito pequenos, é conveniente que o adulto” (professor) “conte a história, em vez do jogador que ficou” de pé (ALULUÉ, 1998, p.85).
Justificativa Teórica
Para Kishimoto (1999, p.18) “Os brinquedos podem incorporar, também o imaginário preexistente”. No entanto, a brincadeira escolhida também possibilita esta relação, por estimular a concentração e imaginação das crianças. A imaginação é fundamental no momento de contar a história, para que ocorra coerência e que a criança lembre-se dos “convidados” e todos os outros integrantes do grupo devem estar prestando atenção para o momento certo de trocar de lugar ou de juntar-se a todos no centro da roda. Nesta brincadeira também é possível trabalhar a questão da partilha, com os pequenos, pois ocorrem as trocas de lugares e papéis durante o processo.
Uma variação desta brincadeira é “a toca do coelho”, que pode ser feita com os menores, onde cada um fica em uma cadeira ou tapete e no momento que é dito “coelhinho sai da toca” as crianças precisam trocar de lugar. Esta brincadeira pode também ser feita para trabalhar a solidariedade, pois conforme o tempo passa as “tocas” são tiradas e as crianças precisam dividir os seus lugares com os colegas.
Esta brincadeira expressa a real flexibilidade citada por Kishimoto (1999, p.26), onde “as crianças estão dispostas a ensaiar novas combinações de idéias e de comportamentos”, elas têm a possibilidade de criar e recriar as histórias, propondo trocas diferentes e dando “vivas” em diversos momentos.
Kishimoto (1999, p.27), ao representar as idéias de Fromberg (1987: 36) explicita que:
[...] o jogo infantil inclui as características: simbolismo: representa a realidade e atitudes; significação: permite relacionar ou expressar experiências; atividade: a criança faz coisas; voluntário ou intrinsecamente motivado: incorporar motivos e interesses; regrado: sujeito a regras implícitas ou explicitas, e episódico: metas desenvolvidas espontaneamente.
A brincadeira proposta e/ou sua adaptação, possibilitarão o movimento e exercício do corpo e da mente, a interação com as crianças e com o professor que deverá participar e observar a brincadeira. Assim, será possível realizar rupturas com a dicotomia corpo e mente e do alinhamento dos corpos, pois a criança poderá estabelecer relações entre o pensamento e a linguagem. Sendo possível chegarmos a proposta de Educação Infantil defendida por Rocha (2008, p. 112):
Na Educação Infantil, (...), o conhecimento não se orienta pelo conteúdo escolar sistematizado, e sim pelos processos gerais do desenvolvimento e aprendizagem da criança, tais como a linguagem, as interações e o jogo, que constituem as diferentes formas de expressão e manifestação infantis e, ao mesmo tempo, são as bases fundadoras da constituição do conhecimento pelas crianças. Essas bases é que nortearão os projetos de ação pedagógica, tendo em vista a diversificação e ampliação das experiências e conhecimentos, indicando as situações a serem organizadas e os níveis de sistematização a se chegar, sem que haja necessariamente um recorte disciplinar, pautado no ensino como mera transmissão.
Além de estimular as diferentes linguagens através da,
[...] análise das ações e reações das crianças diante do que é proposto pelo adulto contribui para perceber que suas práticas são constituídas pela simultaneidade de ações em que a participação corporal, gestual, cognitiva, motora, emocional, afetiva e individual se dá de forma indissociável (CERISARA, et al, 2002, p.4).
Referência Bibliográfica:
ALLUÉ, Josep M. O grande livro dos jogos. Belo Horizonte: Editora Leitura, 1998.
CERISARA, Ana Beatriz. OLIVEIRA, Alessandra Mara Rotta de. RIVERO, Andréa Simões. BATISTA, Rosa. Partilhando olhares sobre as crianças pequenas: Reflexões sobre o estágio na educação infantil. Florianópolis: Revista Eletrônica Zero-a-seis. n. 5. Janeiro/Julho de 2002. Disponível em: <http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/zeroseis/issue/view/90>. Acesso em: 04 março 2010.
KISHIMOTO, Tizuco Morchida. O jogo e a educação infantil. IN: Jogo, brinquedo, brincadeira e a educação. 3.ed. São Paulo: Cortez, 1999. p.13-43.
ROCHA, Eloísa Acires Candal. OSTETTO, Luciana Esmeralda. O estágio na formação universitária de professores de educação infantil. IN: SEARA, Izabel Christine. DIAS, Maria de Fátima Sabino. OSTEETTO, Luciana Esmeralda. CASSIANI, Suzani (orgs). Práticas pedagógicas e estágios: diálogos com a cultura escolar. Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2008. p.103-116.
Trabalho apresentado em: 15 Março 2010